Lula é eleito presidente do Brasil

Redação do Diário

Lula é eleito presidente do Brasil
Foto: reprodução

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77 anos, é eleito presidente do Brasil com 50,83% votos (98,81% das seções totalizadas), indo para o seu terceiro mandato com o chefe do Executivo nacional. Em quatro anos, Lula foi do fundo do poço –, quando, em abril de 2018, foi preso devido à condenação na Lava-Jato –, ao auge, neste domingo, com a vitória para o terceiro mandato no Palácio do Planalto, derrotando o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Preso por 580 dias na Polícia Federal de Curitiba, no Paraná, o petista foi solto em novembro de 2019. O Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todas as condenações do petista e, com isso, ele teve seus direitos políticos restabelecidos. Assim que colocou o pé para fora da sede da Polícia Federal, Lula já fez um discurso em que o horizonte apontava para a disputa ao Planalto.    

Nascido em 1945 no município de Caetés, em Pernambuco, o presidente eleito tem uma história marcada pela superação. Aos sete anos, ele, com seis irmãos e a mãe, Eurides, rumou em direção a São Paulo. O petista arranjou o primeiro emprego, em 1960, aos 15 anos, como office boy em uma empresa de armazenamento e logística chamada Colúmbia. A partir de um convênio da empresa com o Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai), Lula foi aprovado no curso profissionalizante com duração de três anos.

O petista, que anos depois incorporaria o apelido de Lula ao nome civil, surgiu na cena política nacional ao liderar o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema (SP). A trajetória sindicalista se inicia em 1964 após perder um dedo enquanto trabalhava em uma fábrica. Em abril de 1980, ainda sob a ditadura militar –, cerca de 140 mil trabalhadores da região do ABC Paulista participaram de uma greve organizada pelos sindicatos locais.

No terceiro dia de greve, o governo federal, sob o comando do general João Figueiredo, afastou os dirigentes dos sindicatos e Lula foi preso em sua casa, em São Bernardo do Campo (SP). Ele passou 31 dias na cadeia, seis dos quais em greve de fome, na carceragem do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Com a relevância no cenário nacional e já nas tratativas para fundar o Partido dos Trabalhadores (PT), Lula passou a ser procurado com frequência pela imprensa para opinar sobre assuntos políticos.  

Insistência

Na segunda eleição que disputou, em 1986, Lula foi eleito deputado federal pelo Estado de São Paulo. Como líder da bancada petista durante a constituinte, ele votou a favor do direito à greve, do aviso prévio proporcional, da reforma agrária, da estabilidade do dirigente sindical, do turno de seis horas de trabalho e do salário mínimo real.

Em 1989, Lula disputou a primeira das cinco eleições presidenciais a que concorreu até agora. No primeiro turno, ficou na segunda colocação, à frente de Leonel Brizola (PDT) por uma diferença de menos de 500 mil votos, o que representou 17,18% dos votos válidos, para o petista contra 16,51% do trabalhista. O candidato Fernando Collor de Mello (PRN) passou para o segundo turno como o mais votado.

Collor saiu vitorioso, com 35 milhões de votos (53,03%) contra 31 milhões (46,97%) a Lula. Derrotado, o petista voltou à Câmara dos Deputados, onde permaneceria até 1991. Em 1994, Fernando Henrique Cardoso, que havia deixado o MDB para fundar o PSDB, cacifou-se como favorito para vencer a disputa eleitoral pela presidência da República em 1994. FHC saiu vencedor no primeiro turno, com 54,24% dos votos válidos. Lula ficou em segundo somando 27,07% do total dos votos.  

Em 1998, Fernando Henrique Cardoso se tornou o primeiro presidente reeleito democraticamente, em primeiro turno, com 53,06% dos votos. Lula ficou em segundo, com 31,71%.

Mandatos

Em 2002, Lula volta a concorrer e escolhe como candidato a vice, o empresário José Alencar Gomes da Silva, filiado ao Partido Liberal (PL). O petista recebeu 46,44% dos votos no primeiro turno, com José Serra em segundo (23,19%). No segundo turno,  Lula venceu com 61,27% dos votos, a maior votação percentual que um candidato à Presidência recebeu na história. Enfim, Lula chegava à Presidência pela primeira vez, recebendo a faixa de Fernando Henrique. Em 2006, o principal candidato de oposição foi o então governador paulista, Geraldo Alckmin, à época no PSDB. Lula foi reeleito no segundo turno com 60,83% dos votos válidos, escorado muito pelas políticas sociais e o bom momento da economia.

Embora tenha enfrentado o escândalo do mensalão em seu governo, Lula trabalhou, em 2020, para eleger como sua sucessora a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, muito impulsionado pelos altos índices de sua popularidade.

Perdas

Em julho de 2017, o ex-juiz Sergio Moro condenou Lula a nove anos de prisão. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) referendou a decisão em janeiro do ano seguinte e aumentou a pena para 12 anos de prisão. Lula foi preso no dia 7 de abril de 2018 para o cumprimento da decisão de Moro. Antes da prisão, em 2017, Lula sofreu um duro golpe: perdeu a companheira de décadas, Marisa Letícia, vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ainda durante os 580 dias preso, o presidente eleito teve de superar mais duas perdas familiares:  Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, em janeiro de 2019, e o neto Arthur, de 7 anos, em março de 2019. Ao longo do período encarcerado, recebeu, além de petistas e artistas, lideranças internacionais na sede da PF. Em maio deste ano, antes da campanha, casou-se com a socióloga Rosângela Silva, a Janja.

Santa Maria

Já sob a ameaça de prisão e, ao mesmo tempo, de olho na possibilidade de uma candidatura em 2018 ao Planalto, Lula fez uma caravana pelo país, da qual Santa Maria fez parte do roteiro. Em março de 2018, ele participou de uma reunião na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e de um ato político no Bairro Nova Santa Marta, local que recebeu recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no governo Lula. 

Trajetória

Natural do município de Caetés, em Pernambuco, 77 anos, é ex-sindicalista e ex-metalúrgico. É um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) e seu maior lider. Foi deputado federal pelo Estado de São Paulo. Foi o 35º presidente do Brasil, entre 1º de janeiro de 2003 e 31 de dezembro de 2010, por dois mandatos consecutivos. Seu plano de governo é baseado nos pilares do compromisso com a defesa da igualdade, da democracia, da soberania e da paz, com o desenvolvimento econômico sustentável, justiça social e inclusão de direitos, como trabalho, renda e segurança alimentar para combater a fome, a pobreza, o desemprego e o compromisso com os direitos humanos.Coligação – Brasil da Esperança, formada por PT, PSB, PCdoB, PV, PSOL, REDE, SOLIDARIEDADE, AVANTE e AGIRO vice – Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, 70 anos, é natural de Pindamonhangaba (SP). É médico professor político brasileiro filiado ao Partido Socialista Brasileiro PSB). Foi governador do Estado de São Paulo e 2001 a 2006 e de 2011 a 2018, tendo sido o político que por mais tempo comandou o governo paulista desde a redemocratização do Brasil Foi professor universitário no curso de medicina da Universidade Nove de Julho  é membro da Academia de Medicina de São Paulo.

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